A receita não recorrente com venda de atletas também decepcionou. O Flamengo arrecadou apenas R$ 107 milhões nessas negociações na última temporada, o que representa o pior patamar dos últimos seis anos.
Houve queda de 66,35% em relação a 2023, quando o Flamengo ganhou R$ 318 milhões no mercado da bola.
A principal negociação foi no mercado doméstico. Pela transferência do volante Thiago Maia ao Internacional, o clube levou € 4 milhões (equivalente a R$ 24,1 milhões na época em que o negócio foi fechado).
Por outro lado, houve um crescimento significativo dos investimentos para a compra de direitos federativos de jogadores: R$ 415 milhões em 2024. É o maior montante dos últimos seis anos, com crescimento de 45% em relação ao ano anterior.
A contratação mais cara foi de Carlos Alcaraz (homônimo do tenista), que não chegou a se destacar e já foi negociado pelo clube. O meia argentino custou US$ 20 milhões (cerca de R$ 110 milhões na época).
Quanto às receitas recorrentes (sem considerar venda de jogadores), o Flamengo obteve uma arrecadação diversificada, dividida entre direitos de TV (R$ 454 milhões), direitos comerciais (R$ 420 milhões), matchday (R$ 244 milhões), premiação (R$ 132 milhões) e outros (R$ 110 milhões).
Custos
Os custos e despesas operacionais, porém, tiveram aumento de 15%, chegando a R$ 935 milhões. As despesas com pessoal, cuja principal conta é a folha salarial, representou 51% da arrecadação do total das receitas recorrentes.
O Ebitida (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) foi de R$ 271 milhões, com margem de 21% e queda de 16 pontos percentuais. Já o Ebitda recorrente (sem incluir receitas com venda de atletas) chegou a R$ 224 milhões, com margem de 19%.
Ao final do ano, o saldo em caixa foi de R$ 70 milhões, montante que não inclui arrecadação da Fla-Flu Serviços, empresa montada em parceria com o Fluminense para gerir o Estádio do Maracanã.
Dívidas
Os investimentos com compra de jogadores e para aquisição do terreno do Gasômetro, onde o clube pretende construir seu estádio, geraram um aumento do endividamento líquido operacional, que subiu de R$ 50 milhões para R$ 327 milhões.
Esse crescimento dos débitos fez com que a alavancagem, que mede a proporção entre a dívida e o Ebitda total chegasse a 1,2 vez.
Outro reflexo da redução do caixa e do maior investimento na aquisição de direitos federativos, foi que o capital circulante, ou seja, conjunto de recursos utilizados para pagar despesas operacionais e obrigações de curto prazo, foi negativo de R$ 182 milhões.
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